Com informações de Gladys Leidys Ramos, Yudy Castro Morales e redação do Granma Digital

Os ensaios de intervenção da Soberana 02 começam segunda-feira (22) em várias instituições de Havana, em 150 mil voluntários, depois que o Centro Estatal de Controle de Medicamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed) aprovou sua execução.

A notícia foi divulgada pelo Grupo Empresarial de Biotecnologia e Indústrias Farmacêuticas de Cuba (BioCubaFarma) em sua conta oficial no Twitter, acrescentando que essas instituições foram certificadas para vacinação.

Os resultados recolhidos irão complementar os dados de eficácia clínica do ensaio de fase III do Soberana 02, e será avaliada a redução da incidência e propagação da epidemia ao nível da população.

O ensaio incluirá o grupo de risco de trabalhadores de saúde, o setor Biofarmacêutico de Havana e outros setores definidos pelo Ministério da Saúde Pública.

Cuba tem até o momento cinco vacinas candidatas em diferentes fases de desenvolvimento clínico: Soberana 01, Soberana 02 e Soberana Plus (recentemente incorporada), do Instituto Finlay de Vacinas; bem como Abdala e Mambisa, do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB).

Além disso, BioCubaFarma trabalhou em 16 projetos com novos tratamentos e tecnologias médicas para prevenir e combater a doença, dos quais 11 estão em estudos clínicos ou em testes de intervenção em pacientes e grupos vulneráveis.

Cuba e China desenvolvem vacina Pan-Corona

China e Cuba estão trabalhando para obter uma vacina, chamada Pan-Corona, que seja eficaz contra diferentes cepas do coronavírus e previna o Covid-19, informou a mídia local de Pequim, segundo a Prensa Latina.

Segundo a agência de notícias Xinhua, cientistas nacionais e do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) de Cuba estão desenvolvendo o produto em uma instalação aberta na cidade de Yongzhou, província de Hunan (China), para pesquisas entre os dois países.

Gerardo Guillén, diretor de Pesquisas Biomédicas do CIGB, disse à mídia que o projeto surgiu a pedido do lado chinês e tem a aprovação do Ministério de Ciência e Tecnologia de Cuba.

Abdala entra na fase III

O Centro para o Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed) aprovou o segundo teste clínico de fase III a ser realizado no país para a Abdala, outra vacina candidata cubana dedicada à prevenção da Covid-19.

Enquanto isso, o grupo empresarial da Biotecnologia e Indústrias Farmacêuticas de Cuba (BioCubaFarma) afirmou, no Twitter, que seis linhas de produção em várias empresas desse grupo estão em função de produzir as vacinas e, o mais tardar, no mês de agosto deste ano terão fabricado as doses necessárias para imunizar toda a população do arquipélago.

Em relação à produção, a BioCubaFarma explicou que outras linhas podem ser incorporadas, se necessário, mas que ter esses sistemas de produção garante o volume necessário para vacinar nossa população.

O presidente da BioCubaFarma, Eduardo Martínez Díaz, já havia afirmado que, à medida que se delineavam as variantes das vacinas, os sistemas de produção eram estruturados para que, demonstrada sua segurança e eficácia, pudéssemos ter milhões de doses disponíveis. Desta forma, este órgão regulador da investigação e produção farmacêutica no país, reforça o propósito de que este ano toda a população seja vacinada.

A garantia está na evolução dos testes clínicos de dois dos mais importantes injetáveis, Soberana 02 e Abdala, cujos testes prosseguem normalmente nas etapas essenciais para a avaliação da sua segurança e eficácia.

Cuba também coopera com vários países para combater a pandemia que atinge o mundo. Entre as colaborações da Ilha maior das Antilhas, incluídas na estratégia cubana para o desenvolvimento de vacinas contra a doença, estão as realizadas com China, Venezuela, Irã e México.

CIGB2020 para fortalecer a imunidade inata

Um novo teste clínico determinará a avaliação do efeito e segurança do tratamento nasal e sublingual com o medicamento CIGB2020, em pessoas que foram contatadas ou suspeitas de infecção pelo coronavírus, informou o Registro Público de Testes Clínicos de Cuba .

De acordo com o site do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), o teste clínico controlado e randomizado, foi aprovado pelo Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed).

Chamado de imunopotenciador, o Cigb2020 tem sido eficaz em sua aplicação em pessoas confirmadas com a Covid-19, limitando a evolução da doença a estágios de maior complexidade e gravidade.

Vicente Vérez Bencomo, diretor geral do Instituto Finlay de Vacinas (IFV), explicou que o CIGB2020 é capaz de estimular a imunidade da pessoa em nível local, onde fica a porta de entrada do vírus ao corpo.

Segundo Eduardo Martínez Díaz, presidente da BioCubaFarma, o remédio impede que o vírus contorne o sistema imunológico do organismo e, ao mesmo tempo, atinge o equilíbrio da imunidade natural ou inata, o que contribui para salvar vidas e outros notáveis benefícios em risco grupos.