Criada nova coalizão nos EUA para defender o fim do bloqueio a Cuba

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Da redação (com o site CubavsBloqueo)

Integrantes de organizações progressistas nos Estados Unidos formaram uma nova coalizão, com o objetivo de defender o levantamento do bloqueio que aquele país mantem há quase 60 anos contra Cuba.

Batizada de Aliança pelo Engajamento e Respeito a Cuba (Acere), a iniciativa surgiu da indignação com a decisão do governo Donald Trump de endurecer as sanções contra o país caribenho em meio à pandemia de Covid-19.

O fato foi explicado à agência cubana Prensa Latina por uma das fundadoras da Acere, Medea Benjamin, que sustentou já serem as punições das administrações norte-americanas à maior das Antilhas suficientemente ruins em tempos normais, “mas agora são simplesmente más e cruéis”.

Benjamin, que é co-fundadora da organização feminista e pacifista Codepink, acrescentou, em declarações por e-mail, que também há indignação com o fato de o Congresso dos Estados Unidos não fazer nada para impedir isso.

“Claro, há pessoas no Congresso que se opõem à política de Trump e querem voltar à abertura iniciada com o presidente (Barack) Obama, mas estão dispostas a colocar a política eleitoral na Flórida acima da vida do povo cubano”, considerou.

A ativista acrescentou que os Democratas querem que o ex-vice-presidente Joe Biden prevaleça no estado do sul, e também querem ganhar as cadeiras da Flórida no Congresso, que estão sendo fortemente disputadas.

Nesse sentido, ela observou que os cubano-americanos mais velhos que se opõem a uma reaproximação com Cuba representam uma população em declínio, mas ainda têm enorme influência política em um estado onde poucos milhares de votos podem determinar o resultado.

A Acere tentará mudar a equação. “Vamos mostrar que há um grande e determinado número de grupos norte-americanos totalmente contrários ao bloqueio e determinados a fazer algo a respeito”, disse Benjamin sobre a aliança.

“Com nossos amigos no Capitólio”, garantiu ela, “apresentaremos continuamente projetos de lei, resoluções, emendas e cartas para tentar amenizar o cerco”.

Segundo a ativista, a coalizão foi fundada por pessoas dos grupos Gremio Nacional de Advogados, Codepink e Just Foreign Policy.

Ela destacou que, no total, mais de 130 organizações assinaram a primeira ação da Acere: apoiar duas emendas apresentadas no Congresso pelo Representante Democrata Bobby Rush, para aliviar as restrições a alimentos, remédios e remessas a Cuba.

Essas emendas foram posteriormente retiradas pelo próprio Rush, que explicou em um comunicado que, depois de analisá-las e conversar com seus colegas no Capitólio, ele determinou que era improvável que fossem aprovadas pelo Senado de maioria republicana ou assinadas por Trump.

“Penso que é melhor retirar estas emendas de consideração neste momento, pois buscamos ampliar nossa coalizão de apoio em torno deste tema”, acrescentou o legislador, e assegurou que seu compromisso de fortalecer as relações entre os Estados Unidos e Cuba ”continua sendo tão forte como sempre. ”

Em artigo sobre o assunto, a revista The National Interest apontou que a Acere poderia ser exatamente aquela coalizão de apoio a que Rush se referiu em sua declaração.

Benjamin afirmou que está pedindo às 130 organizações que apoiaram a primeira ação da Acere que façam parte da aliança, “para que possamos trabalhar juntos continuamente”.

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