Havana, (Prensa Latina) Com o aumento salarial, Cuba começa a romper a inércia da relação entre o trabalho e os rendimentos em um setor que brinda serviços muito demandados pela cidadania, como o estatal.
Assim o afirmou o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, ao intervir ontem no programa televisivo Mesa Redonda, que abordou o tema desde o Palácio da Revolução.
De acordo com Díaz-Canel, essa medida é mal o início de outras decisões que virão, como a reforma salarial, a adoção de uma política de preços mais coerente e a unificação monetária e cambial.
O chefe de Estado comentou que o incremento de salários e o impulso à economia em marcha ocorre no contexto de uma escalada de agressividade do Governo de Estados Unidos para a ilha.
Segundo o ministro de Economia e Planejamento, Alejandro Gil, o aumento salarial é uma das medidas anunciadas pelo Governo cubano para elevar o nível de vida da população e avançar para o desenvolvimento econômico.
Além do incremento, Gil citou outras medidas encaminhadas a potenciar a produção nacional, diversificar e incrementar as exportações, substituir importações, fomentar os encadeamentos produtivos, fortalecer a empresa estatal e avançar na soberania alimentar. Por sua vez, a ministra de Trabalho e Segurança Social de Cuba, Margarita González, qualificou de significativo o incremento salarial ao setor estatal, ainda que disse que não se trata de uma solução definitiva.
De acordo com González, a medida tem entre seus objetivos reconhecer a trabalhadores da saúde, educação, investigação, imprensa, cultura, o setor artístico, juízes, fiscais, governos locais, e organismos da administração central do Estado, entre outros ramos.
A titular detalhou que nas próximas semanas se vai implementar uma escala salarial com mínimo de 400 pesos e máximo três mil pesos, que impactará de maneira positiva em mais de dois milhões 700 mil cubanos, entre trabalhadores e aposentados do setor estatal.
O princípio de redistribuição da riqueza, que caracteriza ao socialismo cubano, é a fonte principal do aumento salarial decidido para milhões de cubanos, assegurou titular de Finanças e Preços, Meisi Bolaños.
Destacou que os recursos para financiar essa decisão provirão do orçamento aprovado para este ano, baixo o princípio da redistribuição.
Assim, ir a uma maior produção com melhores rendimentos e por essa via ampliar a ofertas de serviços que gerarão mais recursos ao orçamento estatal, agregou a ministra cubana.