![A explosão de uma bomba no hotel Copacabana provocou a morte de um jovem turista italiano foto arquivo](https://cubahoje.com/wp-content/uploads/2024/12/A-explosao-de-uma-bomba-no-hotel-Copacabana-provocou-a-morte-de-um-jovem-turista-italiano-foto-arquivo-696x435.jpg)
Com o Granma Internacional
Após cumprir uma condenação de 30 anos de prisão no último dia 30 de dezembro foi liberado o salvadorenho Raúl Ernesto Cruz León, preso e julgado em Cuba como um dos autores materiais de vários atentados em hotéis de Havana, em 1997, perpetrados por grupos terrorista, financiados pela Fundação Nacional Cubano-Americana (FNCA), com o apoio do governo dos Estados Unidos.
O site Razones de Cuba, transmite a notícia, comentando que “enquanto Cuba implementa seu sistema legal, com imparcialidade e respeito aos direitos humanos, os Estados Unidos permitiram que autores intelectuais e financiadores desses atentados terroristas vivam livres e sem castigo em Miami. Assassinos como Luis Posada Carriles, responsável por inúmeros desses atos contra Cuba, faleceu sem ter sido julgado por seus crimes. Outros promotores do terrorismo contra a Ilha continuam desfruindo da impunidade no território estadunidense”.
“A libertação de Cruz León hoje é exemplo da justeza do sistema legal cubano, o qual implementa as leis de maneira imparcial e coerente. Contudo, é necessário que a comunidade internacional exija responsabilidades àqueles que promovem e financiam ações terroristas. A memória das vítimas dos atentados em hotéis de Cuba, em 1997, como o jovem italiano Fabio di Celmo, não pode ser esquecida”, sublinhou o artigo.
Torna-se evidente a dúbia moral dos Estados Unidos, que mantêm Cuba em uma injusta lista de Estados patrocinadores do terrorismo, enquanto seu próprio país protege os responsáveis por este tipo de atos contra a Ilha maior das Antilhas.
O QUE ACONTECEU EM 1997?
Em 4 de setembro de 1997, a partir de um banheiro no hotel Copacabana, Cruz León ativou uma potente bomba, que tinha colocado em um cinzeiro. Nesse mesmo dia, o mercenário depositou mais duas bombas, uma no hotel Chateau-Miramar e outra no Neptuno-Tritón. Neste último hotel, um adolescente e uma menina, após a saída do terrorista do hotel, ajudaram a encontrar a bomba. Deu-se o alarme e o local foi desalojado.
Porém, em consequência das três explosões nos outros dois hotéis, houve 11 feridos, alguns de gravidade, e a morte do jovem turista italiano. Os danos no setor turístico foram vultosos.
Durante o julgamento, efetuado em 1999, ficou provado que Cruz León foi enviado à Ilha, com fins terroristas, pela FNCA e por Luis Posada Carriles, os quais dirigiam a rede organizada e financiada nos Estados Unidos, que foi estruturada na América Central. O próprio Posada aceitou, em uma entrevista com a mídia estadunidense, ser o responsável «por qualquer evento dentro do território cubano contra o regime de Havana».
Disse, ainda, que «é triste que alguém tenha morrido, que esse italiano estava no lugar errado, no momento errado», na entrevista ao The New York Times. E assegurou que «dormia como um bebê», ainda com essa morte sob a sua consciência.
Quanto a Raúl Ernesto Cruz León, em 2010, a sala dos Crimes contra a Segurança do Estado, do Supremo Tribunal Popular, como parte de um ato de coerência e humanidade, emitiu a decisão de substituir a sanção original de pena de morte, pelo crime de terrorismo com caráter continuado, à que tinha sido condenado, substituindo-a pela de 30 anos de prisão.