Desastres naturais agravam crise causada pelo bloqueio

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Jorge Ferrera: recordamos o chamado de Fidel - Foto: Alberto Freitas (La Regla, 2019)

Da redação do Cuba Hoje

Desde o dia 6 deste mês Cuba está sem luz, telefone e Internet devido ao furacão que atingiu o Oeste da ilha, provocando danos materiais consideráveis ​​na indústria, agricultura e infraestrutura. “Não houve mortes, mas ainda há setores de Havana, Mayabeque, Artemisa e Pinar del Río sem energia elétrica”, relata o diplomata aposentado Jorge Ferrera.

Ferrera ressalta que há cerca 15 dias outro furacão causou graves danos materiais na província oriental de Guantánamo, deixando 8 mortos. “O país amanhece dedicado a se recuperar dos danos”, comenta. Como se não bastassem os dois furacões, dois terremotos, um de magnitude 6,2 e outro de 6,7, foram sentidos fortemente nas províncias de Guantánamo, Santiago, Granma, Holguín, Las Tunas, Camagüey e Ciego de Ávila, no último final de semana.

“Nenhuma morte foi relatada até a noite de domingo, mas há alguns danos materiais que estão sendo quantificados. Sempre nos lembramos do apelo de Fidel diante das contingências: ‘Recuperar o que foi perdido e avançar muito mais’”, diz o ex-oficial de chancelaria.

GRAVE CRISE

O jornalista Beto Almeida, diretor da Telesur e conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa – ABI, lembra que Cuba já enfrentava uma grave crise de abastecimento de energia, decorrente das dificuldades impostas pelo bloqueio econômico imposto pelos, impedindo-lhe a compra de petróleo, bem como de peças de reposição para a manutenção do sistema elétrico.

“Além disso, a Cuba é negado o acesso ao sistema de crédito internacional. Tudo é consequência deste criminoso bloqueio que se iniciou em 1962, e que conta com o apoio do regime genocida de Israel”, aponta Beto Almeida. Ele afirma que a pretensão dos EUA é transformar Cuba numa outra Gaza, matando seus habitantes de fome, de penúria, ou por falta de medicamentos.  “Mas, isso não vai acontecer! A solidariedade internacional à Revolução Cubana se fará sentir cada vez mais forte e mais organizada”, garante.

RÚSSIA, CHINA E IRÃ

Beto Almeida enumera as iniciativas solidárias com a Ilha, a exemplo da Federação Russa, que, em março deste ano, enviou um navio com 700 mil barris de petróleo está operando a modernização da principal ferrovia da Ilha, ligando Habana a Santiago de Cuba, e também das Forças Armadas cubanas.

“A República Popular da China doou uma usina de energia solar no valor de 107 milhões de euros, medida que deverá ser seguida de novas doações, com a meta indicada de que a Ilha possa fazer sua gradativa conversão do atual sistema elétrico, baseado em petróleo, para um modelo energético lastreado em fontes renováveis, com a utilização de placas fotovoltaicas, aproveitando a elevada incidência solar em toda a região do Caribe”, revela o jornalista.

Beto Almeida lembra ainda que o Irã, outro integrante do Bloco BRICs, fortaleceu os laços de cooperação com Cuba, com a visita, neste ano, do ex-presidente Ibrahin Raissi, falecido em acidente no dia 19 de maio passado. Durante sua visita a Havana, Irã e Cuba comprometeram-se a atuar de modo solidário e organizado para resistir às sanções dos EUA. Além disso, alguns medicamentos produzidos pela indústria farmacêutica de Cuba estão à venda no mercado da nação persa.

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