Governo dos Estados Unidos organiza as “marchas de novembro”

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Marchas de julho tiveram atos de violência - foto: Cuba Debate

Com informações de Gladys Leidys Ramos, do Granma Internacional

O governo dos Estados Unidos e seus agentes políticos internos em Cuba intencionam realizar marchas em várias províncias do país para tentar derrubar a Revolução, segundo informou Rogelio Polanco Fuentes, membro da Secretaria do Comitê Central de Partido Comunista Cubano e chefe de seu Departamento Ideológico.

Diante de representantes de diversas organizações estudantis e juvenis, Polanco Fuentes precisou que a declaração faz parte da denúncia pública feita pelo primeiro secretário do Partido e presidente da República Miguel Díaz-Canel Bermúdez no encerramento da 3ª reunião plenária do Comitê Central do PCC.

Polanco lembrou que entre os dias 20 e 27 de setembro, um pequeno grupo de cidadãos, nas sedes de vários governos municipais e provinciais de oito territórios do país, entregou documentos semelhantes anunciando a decisão de realizar uma suposta marcha pacífica.

Assim que a marcha foi anunciada, recebeu apoio público de legisladores estadunidenses, operadores políticos e meios de comunicação que fomentam ações contra o povo cubano, tentam desestabilizar e instar a intervenção militar”, observou o dirigente.

O exemplo de outros países

É evidente que estamos diante de um novo capítulo da guerra não convencional, o golpe brando ou o manual de luta não violenta que os Estados Unidos realizaram na contemporaneidade em vários países, como Iugoslávia, Nicarágua e a Venezuela”, disse o membro do secretariado do Comitê Central do Partido.

Segundo a Circular 18-01 (tc-1801), um dos principais documentos doutrinários da Força de Operações Especiais do Exército dos Estados Unidos sobre a guerra não convencional, trata-se de aproveitar as vulnerabilidades do governo a ser derrubado, distanciando-o da população, deslocar cidadãos que agem de forma neutra em relação a posições contra o governo e explorar esses elementos por meio da subversão”, explicou.

Da mesma forma, acrescentou, “se esses métodos não produzirem os resultados desejados, devemos recorrer ao conflito armado, com a promoção da insurgência”.

O exemplo mais notável”, referiu, “está nas chamadas guarimbas na Venezuela, ações violentas da oposição daquele país que em 2013, 2014 e 2017 tentou derrubar o governo bolivariano e, nesse esforço, causou inúmeros danos econômicos e humanos à nação irmã”.

O apoio dos EUA às marchas

Sobre o financiamento de ações subversivas em outros países como prática sistemática do governo dos Estados Unidos, Rogelio Polanco Fuentes referiu-se à rede de instituições e fundos multimilionários criados para esse fim; entre eles, a National Endowment for Democracy (NED) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).

Por outro lado, são inúmeras as referências de que a NED financiou eventos, cursos e até organizações, entre as quais se destaca o Centro de Abertura Democrática na América Latina (Cadal), que faz parte da ampla rede de organizações não governamentais (ONGs) disponíveis nos Estados Unidos para canalizar financiamento e treinamento para seus operadores políticos.

Exemplificou que a NED concedeu à Cadal US$ 107 mil, em 2017; e US$ 100 mil, em 2021, destinados ao projeto “Uma abordagem regional para promover os valores democráticos em Cuba”. Dois cubanos, Manuel Cuesta Morúa e Yunior García Aguilera, signatários das cartas anunciando a intenção de realizar as marchas no próximo mês, viajaram à Argentina em 2018 para participar de um evento da Cadal, coordenado pelo projeto “Tempos de Mudança e a nova função das Forças Armadas cubanas”.

Esses dois promotores, esclareceu, “também continuariam sua preparação, em 2019, em um workshop patrocinado pela Universidade San Luis Campus, em Madri, onde receberam aulas de Richard Youngs, especialista em protestos públicos como método de mudança política”.

Também em matéria de financiamento, destacou que a Usaid concedeu recentemente, no final de setembro, US$ 6 milhões 669 mil dólares para projetos subversivos em Cuba, de um total de 18 milhões que pode destinar até 2023.

Entre os beneficiários estão os meios de comunicação digitais ADN, que recebeu US$ 2 milhões 31 mil e 200; e a Cubanet, que recebeu US$ 708 mil e 3, bem como uma organização chamada Diretório Democrático Cubano, à qual doaram US$ 617 mil e 500. Esta última é liderado por Orlando Gutiérrez Boronat, que sempre pediu uma intervenção militar em Cuba e agora também apoia publicamente as marchas.

Outro entusiasta”, informou o chefe do Departamento de Ideologia, “é a Fundação Nacional Cubano-Americana, que foi implantada com orientações sobre como ir e o que fazer na suposta marcha pacífica e independente. Ao mesmo tempo, um dos promotores da manifestação, Saily González Velázquez, reconheceu o apoio da fundação por meio de seu diretor de Direitos Humanos, Omar López Montenegro”.

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