Bloqueio impõe grandes limitações para o enfrentamento ao Covid-19

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Baía de Havana - Foto: Alberto Freitas

O Covid-19 evidencia as enormes limitações que impõe a Cuba o bloqueio econômico dos EUA, que é o impedimento fundamental para adquirir os medicamentos, equipamentos e materiais necessários para enfrentar a pandemia e dificulta as possibilidades de prestar e receber ajuda internacional. É o principal obstáculo para o desenvolvimento do país e o bem-estar do povo cubano, sobretudo pelo seu marcado efeito extraterritorial, com impacto em quase todos os países do mundo. É uma política desumana e cruel, que é politicamente insustentável. Deve-se exigir o seu levantamento imediato.

O bloqueio impede a compra de suprimentos e tecnologias médicas que tenham mais de 10% de componentes norte-americanos. As empresas transnacionais dos EUA ou que utilizam componentes e tecnologia dos EUA são as principais produtoras de equipamentos e instrumentos médicos em qualquer país do mundo.

Cuba não tem acesso, em condições similares às de outros Estados, aos recursos e tecnologias necessários para combater uma pandemia mundial.

Multas e sanções constantes contra países terceiros dificultam as operações comerciais de Cuba, incluindo a compra de suprimentos e tecnologias médicas.

A chegada de donativos a Cuba é dificultada pelas restrições impostas pelo bloqueio aos bancos, às companhias de navegação e às companhias aéreas.

A impossibilidade de utilizar o sistema financeiro estadunidense em nossas transações internacionais encarece a compra de alimentos e insumos, dados os custos de serviços desnecessários e redundantes derivados da utilização de outras divisas.

As leis do bloqueio impedem a cooperação entre os dois países, o que afeta tanto o povo de Cuba quanto os dos Estados Unidos.

A proibição de navios nos EUA que tenham passado por Cuba encarece os custos logísticos de todas nossas operações comerciais internacionais e impossibilita algumas delas, pois impõe condições onerosas para as companhias de navegação que Cuba deve assumir.

A escassez de combustível como consequência das extraordinárias pressões impostas em 2019 às companhias de navegação, armadores e seguradoras que o transportam para Cuba, prejudica a operação e a rápida capacidade de resposta do sistema de saúde.

O bloqueio tem um marcante impacto extraterritorial, com a capacidade de entravar as relações econômicas e comerciais de Cuba praticamente com qualquer país do mundo, independentemente da relação desse país com o nosso.

A comunidade internacional tem uma posição quase unânime de rejeitar o bloqueio econômico dos EUA contra Cuba, que tem sido um vizinho solidário diante de situações de emergência nos EUA, como demonstrado em 11 de setembro e por ocasião do furacão Katrina em 2005.

*Consul geral de Cuba na Bahia e Nordeste do Brasil

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