Com informações de Cuba Debate e Granma Digital
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, denunciou a “manipulação grosseira” do algoritmo do Twitter, para promover uma suposta visão de confronto com o governo da ilha.
Segundo relato do ministro das Relações Exteriores, há evidências de que no último dia 12 apenas 15% das mensagens publicadas no Twitter, entre 12 e 13 horas locais, foram efetivamente emitidas por usuários de Cuba, que fizeram uso do rótulo usado na operação financiada pelos Estados Unidos.
O chefe da Chancelaria lembrou que há alguns dias denunciou perante o corpo diplomático credenciado em Cuba que as plataformas privadas dos Estados Unidos violam suas próprias normas e políticas, alteram os mecanismos de geolocalização para favorecer operações tóxicas contra Cuba e instigar ações de desestabilização.
Durante a apresentação para o Corpo Diplomático, Rodríguez Parrilla destacou que grupos estabelecidos no Facebook realizam atividades ilegais que violam o direito internacional, as leis cubanas e os próprios regulamentos da plataforma.
Ele também destacou que, como já aconteceu em outras partes do mundo e em estrito cumprimento da lei, o Facebook pode ser processado por essas práticas contra Cuba, que visam estimular um cenário de extrema polarização e máxima toxicidade na ilha.
“Isso faz parte de uma estratégia instigada pelos Estados Unidos para destruir a Revolução por meio de ações do chamado golpe suave”, afirmou.
Sobre a reabertura das atividades turísticas e das aulas, neste 15 de novembro, Rodríguez Parrilla afirmou aos diplomatas estrangeiros: “não vamos permitir, de forma alguma, aquela agressão organizada a partir do exterior, com a utilização de agentes internos, recrutados, formados, financiados, organizados e até às vezes transportados diretamente em veículos diplomáticos da embaixada dos Estados Unidos credenciada em Havana, venham estragar este momento de alegria para nosso povo”.
Afirmou que o roteiro seguido pelo governo dos EUA é tentar mostrar a Cuba, numa tentativa desesperada, malsucedida e tola, como um Estado falido, usando justamente essa abordagem como pretexto para a intensificação do bloqueio, a aplicação das 243 novas sanções, que o governo do presidente Trump implementou, e que o governo do presidente Biden tem aplicado estrita e intensamente desde sua eleição.
Disse que inclui mais de 60 sanções aplicadas durante a pandemia, tendo o vírus como aliado, o que tornou o bloqueio mais genocida e extraterritorial.
Ameaça de novas sanções
O ministro das Relações Exteriores lembrou que no dia 26 de outubro jornalistas perguntaram ao porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos “qual era a relação do governo dos Estados Unidos com os chamados protestos em Cuba”. Por duas vezes o porta-voz evitou responder a esta pergunta, mas ela foi generosamente respondida por numerosos funcionários, altos funcionários do Governo dos Estados Unidos e políticos desse país, que fizeram ameaças abertas de aplicação de novas sanções contra Cuba e de retaliações contra nossa nação.
Rodríguez Parrilla explicou que, durante o mês de outubro, a embaixada dos Estados Unidos em Havana publicou, somente na rede Twitter, 59 mensagens, 36 delas relacionadas a esses temas e com uma forte tentativa de alterar a ordem constitucional e a estabilidade interna.
“De forma descarada, três desses tweets referem-se à suposta ajuda do governo dos Estados Unidos ao povo cubano, nestas circunstâncias, incluindo garantias (e passo a citar) de maior acesso a alimentos, remédios e suprimentos médicos”, alertou.
“Mentem descaradamente. Não houve oferta de ajuda do governo dos Estados Unidos a Cuba, humanitária ou de qualquer tipo durante toda a pandemia. Nem mesmo quando a usina produtora de oxigênio quebrou foi oferecida e concedidas licenças específicas para enviar oxigênio a Cuba; e ficou claramente demonstrado que para enviar oxigênio dos Estados Unidos a Cuba era necessária uma licença específica do Governo dos Estados Unidos”, reagiu Rodríguez Parrilla.