Da redação, com informações do Granma Digital
Quatro vacinas contra a Covid 19 estão sendo desenvolvidas em Cuba, que tem previsão de imunizar toda a população ainda no primeiro semestre deste ano. No Instituto Finlay de Vacinas (IFV) , em Havana, estão em fase de testes as vacinas Soberana I e II e no Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), também na capital, as vacinas Mambisa e Abdala.
No final de dezembro do ano passado o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, visitou os dois centros de pesquisas, elogiou os cientistas e destacou que a parte importante do trabalho é que existem vacinas e que depois possam ser distribuídas da forma mais equitativa possível no mundo, sem o egoísmo que começa a surgir por parte de algumas transnacionais.
No IFV, onde as mulheres são maioria entre os pesquisadores, o diretor-geral, Vicente Vérez Bencomo, relatou que as Soberanas avançaram no teste clínico de forma importante, a 01 está encerrando a Fase 1 e a 02 entra na Fase 2.
Ambas mostraram confiança quanto a segurança e na resposta imunológica. A Soberana 02, especificamente, devido às suas características, tem apresentado uma resposta imunitária precoce (aos 14 dias), o que lhe permite passar para a Fase 2 do teste clínico mais rapidamente.
A Soberana 01 também mostrou segurança e uma resposta imune muito boa, mas é mais lenta, devido ao tempo necessário entre uma dose e outra, por isso está previsto entrar na Fase 2 do teste clínico em fevereiro.
Ao dar mais detalhes acerca do desenvolvimento da Soberana 02, Vérez Bencomo explicou que, agora em janeiro, cerca de mil voluntários serão vacinados em suas diferentes formulações e, posteriormente, após as devidas avaliações e autorizações, entrarão na Fase 3, da qual participarão cerca de 150 mil pessoas em Havana.
Também estão avançando as negociações para o desenvolvimento da Fase 3 do teste clínico da Soberana 02 em outros países, devido à baixa prevalência da Covid-19 na população cubana.
Intramuscular e intranasal

De acordo com o diretor-geral do CIGB, Eulogio Pimentel Vázquez, “os resultados obtidos até agora com a Mambisa e a Abdala refletem a segurança e a inocuidade de ambas”. Essas vacinas exploram duas vias de administração diferentes (intramuscular e intranasal) e estão em fase de desenvolvimento clínico.
As duas completaram sua primeira imunização em 7 de dezembro. Segundo Pimentel Vázquez, foram imunizados 132 voluntários saudáveis no caso de Abdala e 88 no de Mambisa, sendo que em todos os eventos adversos ocorridos são muito leves.
Os locais selecionados para essas ações, o hospital Saturnino Lora, em Santiago de Cuba, e o Centro Nacional de Toxicologia, em Havana, obtiveram resultados satisfatórios, após uma fiscalização realizada pelo Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed), autoridade reguladora em Cuba.
E embora ainda não seja possível falar em dados de eficiência, o diretor-geral do CIGB, entidade pertencente ao Grupo Empresarial BioCubaFarma, reconheceu que as vacinas estão correndo como o planejado, visto que se cumpre a hipótese de que o produto é seguro.