O Fascínio de Cuba

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 Por Viagens S/A

A maior ilha do Caribe, com praias de areia branca e mar cristalino em vários tons de azul, tem valioso patrimônio histórico, um estilo de vida único, vida noturna movimentada e boa gastronomia.

Cuba sempre atraiu gente do mundo inteiro, interessada nas praias paradisíacas de aguas transparentes, no casario colonial colorido e no seu passado revolucionário peculiar. Agora, com a abertura gradual da economia, o destino entra na lista de férias de muito mais viajantes. Está em alta. Mas, apesar dos novos ares, a sensação de que o tempo parou nos anos 1950 continua forte ali. E não são apenas pelos velhos carrões americanos circulando pelas ruas da capital Havana, pelas atrações tombadas pelo patrimônio histórico ou pela vida simples de seu povo, alegre e anfitrião. Mas, sim porque a ilha caribenha preserva a identidade cultural na arquitetura, na música, na gastronomia e no modo único de viver da população – muito diferente do que é oferecido aos turistas.

Com o embargo sofrido em 1962, por conta da implantação do regime socialista de Fidel Castro, a ilha ficou excluída do mercado mundial por mais de 40 anos. Porém, Cuba sempre investiu no turismo internacional e a estrutura para os visitantes estrangeiros é completa, com resorts cinco estrelas à beira-mar e bons serviços. A população local continua tocando a vida sob o regime socialista e a economia do país tem ainda muito para evoluir. Ali, internet é artigo de luxo, não há transações imobiliárias por parte dos moradores na ilha, mas apenas permutas, e as pessoas vivem com o básico. O governo, por sua vez, oferece saúde e educação. E o índice de violência é muito baixo.

 

Foto: Shutterstock

A capital Havana, com seus prédios históricos, carros antigos, clima nostálgico e sempre embalada pela boa música, é a principal porta de entrada. Mas, Cuba tem muito mais a oferecer, como cidades tombadas pelo patrimônio histórico, muitos recursos naturais e uma rica culinária. No roteiro, a seguir, conheça as principais atrações desta que é a maior ilha do Caribe.

Cidade-Museu

Considerada uma das cidades mais bonitas de Cuba, a colorida Trinidad foi fundada pelos espanhóis no século 16 e declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1988. Localizada na Província de Santi Spiritus, ela tem ruas estreitas, por onde moradores e visitantes circulam a pé, de bicicleta ou até́ mesmo de charrete. Em contrapartida, o seu passado colonial permanece vivido nos palácios e edifícios restaurados de grande valor arquitetônico – os centrais são a Plaza Mayor e a Igreja da Santíssima Trindade.

Outra característica importante da cidade, que prosperou muito com o cultivo de cana de açúcar sob o comando das famílias aristocráticas, são as casas particulares em estilo colonial com lindos jardins. Não deixe de visitar o Museu Romântico, no interior do Palácio Brunet, onde está́ a Casa Templo de Iemanjá́, com um altar dedicado à deusa do mar – uma divindade bastante familiar aos brasileiros. Em Trinidad também não faltam lendas sobre escravos, piratas e tesouros, muitas delas contadas pelos moradores locais, sempre muito simpáticos e que adoram uma boa conversa. O ideal é passar pelo menos dois dias em Trinidad para circular a pé́, dançar salsa, curtir a vida noturna, com muita música vinda dos bares e restaurantes, mergulhando no clima charmoso da cidade.

Foto: Shutterstock

A 12 km ao sul de Trinidad está́ a praia de Ancón, uma das mais bonitas do Caribe cubano. Com 4 quilômetros de areia fina e branca, ela é indicada para snorkeling e mergulho pela riqueza da fauna marinha. Ali, há um recife de corais com mais de 20 pontos de imersão. A praia também é considerada uma importante reserva arqueológica, com muitos barcos e galeões de assaltos a corsários. Há ainda boa infraestrutura turística com hotéis que funcionam no sistema hall inclusive.

Sítios históricos

Seguindo a rota da história cubana, vale a pena conhecer o Valle de lós Ingenios, formado por três vales interligados, San Luís, Santa Rosa e Meyer, a cerca de 12 km de Trinidad. Ali funcionou, entre o final do século 18 e até́ o século 19, um grande centro de produção de açúcar devido à terra fértil e portos que facilitavam o embarque do produto. Antes de vivenciar o auge do período açucareiro, o local era utilizado pelos espanhóis para o plantio de tabaco (outro produto muito presente na economia cubana). Nesses moinhos foram utilizados mais de 30 mil escravos. A região também é patrimônio da humanidade pela UNESCO. Hoje, a maioria das usinas está́ em ruínas, mas há́ sítios com suas estruturas preservadas, com as casas da fazenda e senzalas originais.Foto: Pierre Jean Durei/Shutterstock

Para conhecer essa extensa planície costeira do sul de Cuba, o visitante pode optar por um trem a vapor de 1919, hoje utilizado pelo turismo, em um passeio de duas horas e meia. Em Guáimaro, está o Museo Del Azúcar. Ainda no Valle de los Ingenios, é possível conhecer a Rota dos Escravos. As mais belas vistas das planícies de Trinidad podem ser capturadas do Mirante do Vale. Para uma refeição ou um bom café́, a dica é a Casa Guanichango, uma antiga fazenda que hoje funciona como cafeteria e restaurante. Você pode terminar o passeio com um mergulho refrescante na Cascata de Jabira, a cerca de 8 km de distância.

 

Palco da revolução

Impossível visitar a ilha de Fidel, assim chamada por várias décadas, sem percorrer alguns dos locais importantes do seu passado político. E uma das províncias mais simbólicas é a Villa Clara, cuja capital é Santa Clara. Ernesto Che Guevara não nasceu e nem morreu no local, mas foi ali que ele, como um dos comandantes da revolução, tomou a cidade infligindo uma grande derrota as tropas de Batista há 60 anos.

Localizada estrategicamente no centro da ilha de Cuba, Villa Clara sempre foi um núcleo de colonizadores e revolucionários. Durante os primeiros anos do seu colonialismo, os grandes inimigos foram os piratas. Em 1958, Che Guevara descarregou quatro vagões de um trem, com soldados e munições que seguiam para Havana, libertando a ilha do regime de Fulgêncio Batista, que fugiu de Cuba. Um ano depois, a ilha já estava sob o comando de Fidel Castro.

Hoje, Santa Clara é um dos locais mais concorridos do país, não apenas pela história revolucionaria, mas também pela paisagem formada por campos de tabaco, lagos tranquilos e uma agitada vida noturna. O município, a duas horas de Varadero o, tem um mausoléu de Che Guevara, onde estão seus restos mortais que chegaram ali só́ em 1967, 30 anos após a morte do revolucionário ocorrida na Bolívia. A atração tem visita controlada e com certas restrições, entra elas a proibição de fotos em seu interior.

 

Foto: pedrosala/Shutterstock

Santa Clara também é conhecida como a “Cidade Liberal” por ter a vida noturna mais movimentada fora de Havana. É também o local onde está́ a segunda melhor universidade do país, o que lhe confere um clima acadêmico e bem jovial. Ali, há muita música, teatro, danças locais e até́ shows de heavy metal.

Ainda na província Villa Clara, vale visitar o município de Remédios, um dos mais antigos da ilha e que teve o seu centro histórico urbano declarado monumento nacional nos anos 1980. É um lugar tranquilo, exceto na popular festa de Las Parrandas, com carros alegóricos, fogos de artifício e concursos de dança. O evento atrai moradores de toda a ilha e a cidade tem até́ um museu para contar a história das celebrações. O carnaval cubano acontece alguns dias antes do Natal. Fora do agito da festa, uma das melhores maneiras de vivenciar o clima da cidade é dar uma volta na Praça Central, a única do país com duas igrejas: Nuestra Señora Del Buena Viaje e Parroquial Mayor de San Juan Bautista.

Mais ao norte, está Caibarién, pitoresca vila de origem pesqueira habitada por gente hospitaleira. Uma estrada sobre o mar nos leva até o arquipélago de Caberias Del Norte, com pequenas e paradisíacas ilhas de areia fina e agua cristalina.

Melhores praias

Os cayos cubano são paradisíacos. O de Santa Maria (a 100 km da cidade de Santa Clara), no arquipélago dos Jardines Del Rey, é o maior deles com cerca de 10 km de praias incríveis, chamadas de Rosa Branca dos Jardins dos Reis pela areia fina e branquinha em contraste com o mar azul turquesa do Caribe. Cayo de Santa Maria é um dos lugares mais disputados da ilha – só perde em preferência dos turistas para Varadero. As praias mais procuradas são Perla Blanca, Lãs Caletas, Canón e Cuatro Punta, todas tu dignas de cartão-postal!

 

Foto: Shutterstock

Em Cayo Santa Maria também está́ o Delfina Rio, que oferece apresentações diárias com golfinhos. No aquário, inaugurado em 2011, vivem ainda lobos-marinhos e tartarugas, entre outras espécies da região.

A ilha é generosa em praias e as mais bonitas estão na costa norte. A maioria é ocupada por resorts cinco estrelas de cadeias hoteleiras internacionais. Mas, há também alguns paraísos ainda isolados, rodeados de palmeiras. As mais recomendadas são Playa Del Pilar, em Cayo Guillermo; Playa Maguana, junto a Baracoa; e Playa Ancón, na província de Santi Spiritus.

Parques naturais e pântano

Para quem gosta de natureza e de muito verde, Cuba também não decepciona. O Parque Natural Topes de Colantes está́ localizado na Serra de Escambra, a 800 metros acima do nível do mar. O pico mais alto é o San Juan, com 1.140 m de altura. Além da bela paisagem, o local abriga inúmeras espécies de fauna e flora, como florestas de pinheiro, bambu e eucalipto.

O parque foi criado pelo ditador Fulgêncio Batista, em 1937, que também mandou construir a estrada de Trinidad. A região foi cenário de lutas em diferentes épocas, além de refúgio dos rebeldes sob o comando de Che Guevara. Uma das atrações mais famosas de lá́ é o spa, um com- plexo turístico de bem-estar no meio da serra. Ali podem ser feitos tratamentos contra estresse, reabilitação e massagens, além de caminhadas e a prática de montanhismo. A Cascata de Caburní é uma das trilhas mais populares da região e fica entre as plantações de café́. Outra cachoeira famosa é Vegas Grandes, que termina no Salto de Soro a, com uma bela piscina para um mergulho refrescante no final do passeio.

Para continuar no clima de relaxamento na área medicinal da zona de Topes de Collantes, vá a La Batata, um lugar com belas vistas e aguas de propriedades terapêuticas; ou a Acenda Codina, um rancho com banhos de lama medicinal e a Ilha dos Enamorados. Essa rota termina em um mirante de onde se pode observar o Valle de los Ingenios. Na região, também existem dois museus: o do Café́, com direito a degustação das especialidades; e o de Arte Cubana Contemporânea que tem um acervo com mais de 60 obras plásticas de vanguarda dos anos 1980.

Foto: Shutterstock

Ainda tem mais: a Península de Zapata é uma área pantanosa com cerca de 5 mil km2, que cobre todo o Sul de Matanzas. Por ser uma região de solo úmido, abriga inúmeras espécies de animais, como o crocodilo americano. Ali também está́ presente o mosquito zanclo, transmissor da malária, o que acabou contribuindo para a pequena população da península e preservação ambiental. Além da observação de aves e de animais, é possível praticar mergulho nas cavernas da península, onde vivem peixes e corais. Há poucos hotéis de luxo nessa região, mas as praias Larga e Giro oferecem acomodações confortáveis. Os hotéis de Havana e Varadero têm excursões para os pântanos e seus arredores.

Comer e beber é uma festa!

Uma das delícias da ilha é, literalmente, sua gastronomia que tem como base a culinária da Espanha e uma identidade peculiar. Mas, pela dificuldade de conseguir alguns ingredientes dos pratos típicos espanhóis, os criolos deram toques nativos aos pratos. Houve ainda influência africana, porque os cozinheiros eram escravos, e de imigrantes chineses. Não deixe de experimentar pratos como o El Congró (feijão vermelho, carne de porco, torresmos, toucinho e arroz), o Leco (leitão assado ou frito) e os Tostões, pedaços de banana verde esmagados e fritos. A lagosta com chile é outro prato típico, mas que apenas os turistas podem saborear.

Foto: Shutterstock

A ilha de Fidel também é famosa por sua coquetelaria: móvitos, rum, daiquiris e pina colada são consumidos diariamente. O rum cubano tem fama mundial e marcas conhecidas, como o Havana Club. Os licores são deliciosos e muito usados para temperar saladas de frutas. A ilha também é conhecida por produzir sucos de frutas tropicais. O suco de cana, o guarapo e a água de coco são os mais populares. Para finalizar uma refeição, nada melhor do que um café́ cubano. Ele é concentrado, servido em pequena quantidade e sem açúcar. E, para quem quer terminar no melhor estilo cubano, a dica é fumar um autêntico charuto, outro produto da ilha famoso internacionalmente.

http://viagenssa.com/2018/08/13/o-fascinio-de-cuba

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